Amor Patológico
A
pessoa embarca numa união simbiótica na tentativa de fugir da
insuportável sensação de abandono. Ela dirige toda sua atenção à
pessoa amada, desdobrando-se em cuidados e gentilezas que nunca
cessam porque simplesmente ela não sabe como controlar o impulso de
agradar o parceiro. Numa postura obcecada, aquele que vive esse amor
não consegue mudar de foco: seu objeto de desejo torna-se
prioridade, enquanto os outros interesses ficam em segundo plano.
Esse
amor é vivido por pessoas de personalidade vulnerável, marcada pela
baixa autoestima e pelos sentimentos de rejeição e raiva. São
pessoas que crescem em famílias desajustadas, com pouca atenção e
carinho dos pais. Por isso, tentam compensar esses anos de ausência
com um amor possessivo. Elas acabam reproduzindo desarranjos do
passado, escolhendo parceiros dependentes, e que logo irão se
mostrar negligentes, inacessíveis e problemáticos.
Alguns
pesquisadores acreditam que o amor patológico surge conforme o
vínculo que a pessoa vivencia com a mãe durante os primeiros anos
de vida. Esse tipo de amor ocorreria quando a pessoa experimenta, na
infância, uma relação insegura com a mãe, sofrendo a ansiedade de
separação - um tipo de vínculo que os especialistas chamam de
"ansioso ambivalente". A atenção e proteção da mãe
oscila: ela está presente para apoiar a criança em algumas
situações, mas em outras não, criando ameaças de abandono usadas
por ela como meio de controlar a criança. Na fase adulta, ela agirá
como se nunca soubesse se a pessoa amada vai estar presente ou
ausente. Ela verá as outras pessoas como mais importantes e sentirá
medo da perda, por isso, precisará ser mais vigilante com seus
parceiros.
Critérios
para diagnóstico de amor patológico
1)
SINAIS E SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA
Quando
o parceiro está distante (física ou emocionalmente) ou perante
ameaça de abandono, podem ocorrer: insônia, taquicardia, tensão
muscular, alternância de períodos de letargia e intensa atividade.
2)
O ATO DE CUIDAR DO PARCEIRO OCORRE EM MAIOR QUANTIDADE DO QUE O
INDIVÍDUO GOSTARIA
O
indivíduo costuma se queixar de manifestar atenção ao parceiro
com maior frequência ou período mais longo do que pretendia de
início.
3)
ATITUDES PARA REDUZIR OU CONTROLAR O COMPORTAMENTO PATOLÓGICO SÃO
MAL SUCEDIDAS
Em
geral, já ocorreram tentativas frustradas de diminuir ou
interromper a atenção despendida ao companheiro.
4) EXCESSIVO DISPÊNDIO DE TEMPO NO CONTROLE DAS ATIVIDADES DO PARCEIRO
A maior parte da energia e do tempo do indivíduo são gastos com atitudes e pensamentos para manter o parceiro sob controle.
4) EXCESSIVO DISPÊNDIO DE TEMPO NO CONTROLE DAS ATIVIDADES DO PARCEIRO
A maior parte da energia e do tempo do indivíduo são gastos com atitudes e pensamentos para manter o parceiro sob controle.
5)
ABANDONO DE INTERESSES E ATIVIDADES ANTES VALORIZADOS
Como
o indivíduo passa a viver em função dos interesses do parceiro,
as atividades propiciadoras da realização pessoal e profissional
são relegadas, como cuidado com os filhos, atividades do trabalho e
convívio com colegas.
6)
O AMOR PATOLÓGICO É MANTIDO, APESAR DOS PROBLEMAS PESSOAIS E
FAMILIARES
Mesmo consciente dos danos resultantes desse
comportamento para sua qualidade de vida, persiste a queixa de não
conseguir controlar tal conduta.
Comentários
Postar um comentário